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Nossa História |
Ter, 20 de Novembro de 2018 06:15 |
O início da Fundação Educacional de Muzambinhoe as cartas do Dr. AnteroO curso de Educação Física em Muzambinho teve sua origem a partir da Fundação Educacional de Muzambinho (FEM), formada em 1969 pelo casal de professores Lia Mara Zaghi e William Peres Lemos, com apoio do Dr. Antero Veríssimo da Costa, médico da cidade, e do pároco Frei Rafael Zevenhoven. A Fundação foi o passo inicial para a criação da Escola Superior de Educação Física de Muzambinho (ESEFM), um desdobramento da Reforma Universitária de 68 (Lei nº 5.540) que regulamentou a constituição de estabelecimentos particulares de ensino superior sob a forma de fundações ou associações. Através de documentos que pertenciam à FEM e que hoje se encontram no Centro de Memória da Educação Física, Esporte e Lazer (CEMEFEL- IFSULDEMINAS) foi possível identificar várias correspondências enviadas pelo Dr. Antero, tanto em seu nome pessoal quanto como presidente da FEM, sendo possível compreender como ele mobilizou seus amigos pessoais, muitos deles pessoas influentes no meio político, em prol da Fundação. Muitas cartas foram enviadas em busca de recursos financeiros e pedidos de ajuda no processo de autorização do funcionamento da ESEFM, que veio a ser fundada dois anos mais tarde, em 1971. Antes mesmo da primeira reunião para a criação da fundação, ocorrida em 02 de junho de 1969, Dr. Antero enviou as primeiras correspondências. Exemplo disso, foi a carta enviada no dia 08 de Janeiro de 1969, destinada ao então Ministro de Estado da Educação e Cultura, o Cel. Jarbas Passarinho, solicitando verba para a construção de um ginásio para a Escola. O Presidente da Fundação enviou também solicitações à várias instituições, tanto públicas quanto privadas. Ao todo foram 174 cartas remetidas e 42 respostas recebidas, entre os anos de 1969 e 1975. Dentre as correspondências enviadas, 11 foram destinadas à embaixadas de países como Estados Unidos, Grécia e União Soviética, todas solicitando livros e materiais. Além dessas, outras 6 cartas foram enviadas à instituições bancárias públicas e privadas solicitando contribuições em dinheiro, 14 cartas foram destinadas a deputados e governadores de diferentes mandatos, pedindo sobretudo apoio financeiro para construção da pista de atletismo e da praça de esportes da Escola. Outras nove foram enviadas a livrarias e editoras pedindo doações de livros; três solicitando contribuição para custeio de bolsas de estudos para alunos carentes e duas foram especificamente destinadas aos famosos apresentadores de televisão da época, Flávio Cavalcanti e Silvio Santos, pedindo a divulgação da recém inaugurada ESEFM, com inscrições de vestibular abertas de 15 de junho a 10 de julho de 1971. Além dessas citadas, outras tantas correspondências foram enviadas em forma de convites, de agradecimentos por recursos e materiais recebidos e também em forma de pedidos de prestação de serviços e esclarecimentos. Dentre as correspondências recebidas, a primeira, com data de 10 de outubro de 1969, trouxe infelizes notícias da Embaixada da Itália, que não previa em seu programa de colaboração cultural a possibilidade de apoiar a Fundação com os materiais solicitados. De outro modo, a resposta recebida pela Empresa de Laticínios Mococa, com data de 29 de março de 1971, atendia ao apelo de contribuição para a base patrimonial da FEM com um cheque de Cr$ 300,00 (trezentos cruzeiros). Assim também, três cartas foram recebidas de livrarias e editoras contribuindo com a biblioteca da instituição e outras cinco foram recebidas de políticos e amigos se comprometendo à auxiliar tanto no processo de autorização do funcionamento da ESEFM quanto em processos de solicitação de verba pública que já estavam em andamento. Uma das respostas mais significativas foi recebida em carta de outubro de 1974 pelo então deputado Estadual João Marques de Vasconcelos, que destinou de sua verba pessoal Cr$ 30.000,00 (trinta mil cruzeiros) à FEM e Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) para bolsas de estudos para alunos da ESEFM. O contato com as cartas dá mostras do enorme esforço realizado para viabilizar a instalação da FEM e da ESEFM. Foram ações como essas que puderam colocar Muzambinho no mapa do ensino superior brasileiro. Reconhecer o esforço dos sujeitos envolvidos é indispensável para evidenciar seus papéis na História brasileira. Foram pessoas de carne e osso que influenciaram a vida de milhares de pessoas nesses quase 50 anos de História do curso de Educação Física em Muzambinho. Texto: Letícia de Paula Nascimento Mateus Camargo Pereira
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